Mais um sobrevivente num mundo insano
Sobrevivendo a esse inferno, é um holocausto urbano
É um holograma intenso, tenso o dia-a-dia aqui é um drama
Lenço para as lágrimas, agradeço as dádivas
Coleciono máximas, versos, rimas clássicas
Num passe de mágica, melhorei minha tática
Técnica, lembro dias condições péssimas
Réplicas, multiplicam suas idéias céticas
Mas eu não, cuidado ai se liga aonde pisa
Os menor tudo limpando para-brisa
Playboy trafica em Ibiza, mas se cair tranquilo, liga o pai
E ele paga sua fiança e ai te livra
Que ironia, nem todos tem essa sorte
Não funciona esse sistema ai por trás dos holofotes
Não fode, então é melhor morrer bebendo Vodka
E proibir a maconha só por trazer novas óticas
Sempre que eu acordo, olho a janela
Vejo o caos pela rua mas sei que não da nada
Saio da minha casa com flagrante
Vejo os canas na esquina mas sei que não da nada
Eu, de moicano, tatuado, blusa larga
Sei que as tias me olham na rua e não dão nada
Eu digo: Nunca julgue um livro pela capa
Nunca julgue um livro pela capa
De tênis branco, camisa preta
O paradoxo que habita o planeta
De um lado a gravadora põe teu disco na gaveta
Do outro os underground com a visão obsoleta
Então valeu ai, atividade, cidade grande
Aqui tu põe a cara a tapa ou então, fica distante
Foco em cada instante, fogo é meu semblante
E o preconceito pelo novo é o que te torna ignorante
Eu faço fronte, a todos com impureza no olhar
Na terra onde o dinheiro público virou particular
Não to pra julgar, pra mim é sem mistério
O que eu faço da minha vida fica só ao meu critério
Seus ídolos não venero, suas leis não tolero
Meu principio é correr atras de tudo aquilo que eu quero
E se tudo aquilo ta certo, eu corro, sem da pala
Na rua, olhe pros lados antes de atravessa-la
Sempre que eu acordo, olho a janela
Vejo o caos pela rua mas sei que não da nada
Saio da minha casa com flagrante
Vejo os canas na esquina mas sei que não da nada
Eu, de moicano, tatuado, blusa larga
Sei que as tias me olham na rua e não dão nada
Eu digo: Nunca julgue um livro pela capa
Nunca julgue um livro pela capa